Família

Honrar Pai e Mãe

(Do livro Família Santuário da Vida) Prof. Felipe Aquino

A grande e honrosa tarefa que Deus reservou para os pais é a de gerar e educar os seus filhos. Digo ´seus´, porque, antes dos filhos serem nossos, eles são de Deus (cf. CIC, 2222), já que só Deus pode dar de fato a vida. Nós somos seus cooperadores nesta tarefa sublime, mas sabemos que só Ele pode nos ´tirar do nada´ e chamar para participar, como disse Paulo VI, do ´banquete da vida´.

O Salmista canta com toda inspiração:

´Vinde, inclinemo´nos em adoração, de joelhos diante do Senhor que nos criou; Ele é o nosso Deus, nós somos o povo de que Ele é o pastor, as ovelhas que as suas mãos conduzem´ (Sl 94, 6´7). ´Sabei que o Senhor é Deus: Ele nos fez e a Ele pertencemos´ (Sl 99,3). ´Fostes Vós que plasmastes as entranhas do meu corpo, Vós me tecestes no seio de minha mãe. Sede bendito por me haverdes feito de modo tão maravilhoso´ (Sl 138, 13 s). ´Tuas mãos me formaram e me modelaram ...´ (Jó 10,8). Portanto, os nossos filhos são, antes de tudo, filhos de Deus. Os pais são cooperadores de Deus na maior de todas as missões, gerar os filhos de Deus, à sua imagem e semelhança. Nada pode se igualar à sublimidade desta obra. Se é importante e digno produzir os bens que utilizamos: casas, roupas, móveis, alimentos, etc, quanto mais digno e nobre é dar a vida a novos seres? Uma só vida humana vale mais do que todo o universo material, pois nada disso tem uma alma imortal, imagem e semelhança do próprio Deus, dotada de inteligência, liberdade, vontade, consciência e capacidade de amar, sonhar, sorrir, chorar, cantar e rezar. Infelizmente o valor da vida humana parece ter baixado a um nível inimaginável. Mata´se em nossas ruas com a mesma frieza com que se abatem os animais nos matadouros. Mata´se por um punhado de dinheiro, por um relógio, um tênis ou uma bicicleta... Aquele que não conhece o valor da sua vida, também não dá valor à vida dos outros; e a elimina por qualquer ninharia. Nunca vi alguém matar um animal em nossas ruas; no entanto, temos visto homens matar homens, e muitas vezes sob as câmaras da TV. A que ponto desceu o valor da vida humana! Por outro lado, vemos hoje, crescer até o incentivo ao suicídio, à eutanásia, e ao aborto. É a ´cultura da morte´ que tende a substituir a ´cultura da vida´, como tantas vezes tem dito o Papa João Paulo II. Diante desse quadro triste, cresce ainda mais a importância da família e dos pais. É impressionante notar como Deus exalta a figura dos pais, em face da sua missão importantíssima de gerar e educar os filhos. O destaque aos pais começa pelo fato de um dos Mandamentos, o quarto, ser dedicado a eles: ´Honrar pai e mãe´. São Paulo nota que ´este é o primeiro mandamento que vem acompanhado de uma promessa: Honra teu pai e tua mãe, para que sejas feliz e tenhas vida longa sobre a terra´ (Dt 5,16; Ef 6,2). É significativo notar que este é o primeiro mandamento que Deus deu a Israel, após os três que se referem ao relacionamento do homem com Deus: ´Shemà, Izrael...´, ´Escuta, ó Israel!´... ´Honra teu pai e tua mãe, para que os teus dias se prolonguem na terra que o Senhor, teu Deus, te dará´ (Ex 20,12). Fazendo eco a essas palavras o Papa João Paulo II, diz na Carta às Famílias: ´Honra o teu pai e a tua mãe´, porque eles são para ti, em determinado sentido, os representantes do Senhor, aqueles que te deram a vida, que te introduziram na existência: numa estirpe, numa nação, numa cultura. Depois de Deus são eles os teus primeiros benfeitores. Se Deus só é bom, antes, é o próprio Bem, os pais participam de modo singular desta bondade suprema. E por isso: honra os teus pais! Há aqui uma certa analogia com o culto devido a Deus´ (CF, 15). Honrar quer dizer reconhecer a dignidade do pai e da mãe, e desinteressadamente amá´los. É tão grande a importância do quarto mandamento que o Papa chega a afirmar: ´Assim, não é exagerado insistir que a vida das nações, dos estados, das organizações internacionais ´passa´ através da família e ´fundamenta´se´ sobre o quarto mandamento do Decálogo... Na verdade, a afirmação da pessoa está em grande medida relacionada com a família e, por conseguinte, com o quarto mandamento.´(idem) O Apóstolo exige:

´Filhos, obedecei a vossos pais segundo o Senhor: porque isto é justo´ (Ef 6,1).

Todo o capítulo 3 do Livro do Eclesiástico mostra a importância dos pais na vida dos filhos, a importância da autoridade que Deus lhes confiou e a necessidade dos filhos lhes obedecerem. Vamos analisar aqui esses importantes ensinamentos. ´Ouvi, meus filhos, os conselhos de vosso pai, segui´os de tal modo que sejais salvos´ (Eclo 3,2). Aqui fica claro que os pais são colocados na vida dos filhos para conduzi´los à salvação mediante os conselhos, isto é, a orientação para a vida. O filho que desprezar esses conselhos corre o risco de se perder nos caminhos perigosos da vida. Muitos jovens se tornaram escravos dos vícios, da droga, do crime, da prostituição, e de tantos outros males, porque não ouviram os conselhos dos seus pais. Outros se perderam porque os seus pais não lhes deram esses conselhos, o que é mais grave; e outros se perderam porque não tiveram pais para aconselhá´los. ´Pois Deus quis honrar os pais pelos filhos, e cuidadosamente fortaleceu a autoridade da mãe sobre eles´ (v.3). Essas palavras mostram que os filhos bem educados são a honra e a alegria dos pais e, por outro lado, Deus cuidadosamente fortaleceu a autoridade deles sobre os filhos. Portanto, essa autoridade não é usurpada, nem falsa, é autêntica, vem de Deus. Jesus disse a Pilatos que ´toda autoridade vem de Deus´ (Jo 19,11). Aqui está a razão pela qual os filhos devem obediência aos pais; a autoridade exercida por eles vem de Deus e não dos homens. ´Quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro. Quem honra seu pai achará alegria em seus filhos, será ouvido no dia da oração´ (v. 5 e 6). Quem de nós não deseja encontrar alegria em seus filhos? Quem não deseja ser atendido por Deus em sua oração ? Pois bem, essas são promessas que Deus faz aos filhos que honrarem os seus pais. Vemos aí a que altura Deus elevou a figura do pai e da mãe. Honrar a mãe é como acumular um tesouro. E as promessas continuam: ´Quem honra seu pai gozará de vida longa... (v.7). Esta ´vida longa´, que para os judeus era sinal da bênção de Deus, pode significar também uma vida abençoada por Deus. O versículo 8 é taxativo : ´Quem teme o Senhor honra pai e mãe. Servirá aqueles que lhe deram a vida como a seus senhores´. Isto equivale a dizer que honrar e servir os pais é o mesmo que honrar e servir a Deus. Em seguida o Eclesiástico nos ensina de que modo o filho deve honrar os pais: ´Honra teu pai por teus atos, tuas palavras, tua paciência a fim de que ele te dê a sua bênção´ (v.9 e 10). Honrar é uma expressão muito forte, quer dizer ´encher de honra´, de glória, de respeito ... e tudo isto deve ser feito ´por teus atos e tuas palavras´. Quantos filhos ofendem os seus pais por palavras: ofensas, zombarias, palavrões!... Quantos filhos os desonram com os seus atos: maus comportamentos, mentiras, desobediências, desgostos!... Certa vez ouvi um pai, desesperado com as desordens provocadas pelos filhos, dizer: ´meus filhos pensam que eu sou papel higiênico deles, só me chamam para limpar as suas sujeiras...´ É sobretudo com uma vida digna e honrada que o filho honra os seus pais. Outro aspecto muito importante que o Eclesiástico destaca é a grandeza e importância da ´benção dos pais´: ´... afim de que ele te dê a sua benção e que esta permaneça em ti até o teu último dia ´ (V. 9 e10). A benção dos pais para os filhos não é mera formalidade social ou tradicional; mas é a benção do próprio Deus para os filhos ´através´ dos pais, por meio daqueles que lhe deram a vida. Sobretudo para o povo judeu essa benção paterna era repleta de valor e desejada ansiosamente. Vemos na história dos Patriarcas, Abraão, Isaac, Jacó, que a sua benção era garantia de felicidade para os filhos. Quando Deus chamou Abraão ´ o pai de todos que crêem ´ disse´lhe: ´Farei de ti uma grande nação; eu te abençoarei e exaltarei o teu nome, e tu serás uma fonte de bençãos´ (Gen 12,2). Abraão é como que a figura de todos os pais, ´uma fonte de bençãos´ para os seus filhos. De modo muito significativo, o livro do Gênesis mostra a preocupação de Isaac em abençoar Esaú, antes de morrer. ´Tu vês, estou velho e não sei quando vou morrer... Prepara´me o que gosto e traze´mo para que o coma e minha alma te abençoe antes que eu morra´ (Gen 27,4). Vemos em seguida todo o esforço de Rebeca para que a Benção do Patriarca seja dada a Jacó no lugar de Esaú. É porque esta benção era determinante: ´Eu o abençoarei e ele será bendito´ (Gen 27,33). Esta palavra se aplica a cada pai que abençoa o seu filho em nome de Deus: ´Eu o abençoarei e ele será bendito´. A benção dada pelos pais aos filhos é a própria benção de Deus, porque foi por meio deles que Deus os gerou. Urge portanto resgatar este santo costume: ´A benção pai! A benção mãe!´ ´Deus te abençoe meu filho!´ Tenho uma grande alegria ao ver todos os nossos cinco filhos nos pedirem essa benção, beijando nossa mão e nosso rosto. Pode haver alegria maior para um pai? É com toda a força da minha alma que os abençôo; e sei que a benção de Deus vai com eles. Tenho para comigo que muitos filhos seriam livres de tantos perigos, no corpo e na alma, se sempre pedissem a benção de seus pais. Diz o Eclesiástico que: ´A benção do pai fortalece a casa de seus filhos, a maldição de uma mãe a arrasa até os alicerces´ (v.11). Que jamais uma mãe amaldiçoe o seu filho. Certa vez perguntaram a um mendigo maltrapilho que caminhava ao lado da Via Dutra, com um saco às costas: ´Por que você está nesta vida tão miserável?´ E a resposta foi essa: ´A minha mãe me amaldiçoou!´ Isto me foi contado pela própria pessoa que indagou o mendigo. Esta advertência serve para aqueles que ousadamente se levantam contra os pais, às vezes até com as mãos e com armas. Mais adiante o livro do Eclesiástico diz : ´Meu filho, ajuda a velhice do teu pai, não o desgoste durante a vida´ (v. 14). O cuidado com os pais deve ser esmerado, sobretudo na velhice. Muitos filhos, na correria da vida, acabam se esquecendo dos pais idosos, faltando´lhes o carinho, a companhia e o sustento. Sabemos que é incômodo cuidar dos velhos, doentes, às vezes ranzinzas. Mas é nesta hora, sobretudo, que se prova o amor dos filhos por eles. ´Se seu espírito desfalecer sê indulgente, não o desprezes porque te sentes forte, pois tua caridade para com o teu pai não será esquecida´ (v. 15). Se a nossa caridade para com os outros irmãos não é esquecida por Deus, quanto mais a caridade para com os pais! O Espírito Santo nos mostra pelo Eclesiástico três grandes recompensas que Deus tem reservado para os filhos que suportam com paciência os defeitos dos pais: ´... por teres suportado os defeitos de tua mãe, ser´te´á dada uma recompensa:

[1] tua casa tornar´se´á próspera na justiça,

[2] lembrar´se´ão de ti no dia da aflição.

[3] teus pecados dissolver´se´ão como o gelo ao sol forte´ (v. 16 e 17).

Eis uma realidade: os pais também têm defeitos. Mas Deus quer recompensar ricamente o filho que, com paciência, suporta esses defeitos e, assim mesmo, honra os pais. Se esses são difíceis, intolerantes, cheios de manias, maior será o mérito do filho diante de Deus, por ter honrado um pai ou uma mãe tão difícil. Deus sabe que há pais terríveis: alguns bêbados, outros drogados, outros criminosos, adúlteros, etc... mas, é por isso mesmo que ele oferece aos filhos essas três belas recompensas acima para aqueles que, na caridade e na paciência, por amor a Deus, os suportarem, mesmo com os seus defeitos. Qual é o filho que não quer que a sua futura casa seja próspera na justiça; isto é, na retidão e na verdade? Quem é de nós que não quer que alguém se lembre de nós nos momentos de aflição, de angústia, de uma doença, de um desemprego, etc.? Quem é de nós que não quer ver os próprios pecados se dissolverem como se fossem gelo sob o sol forte? Pois bem, essas três belas promessas Deus faz aos filhos que souberem ´suportar´, com paciência, os defeitos dos próprios pais. Como Deus ama os nossos pais! Tenho trabalhado com jovens; e sei que muitos sofrem por causa dos problemas dos pais. No entanto, por amor a Deus, na força do Espírito Santo, tenho visto muitos jovens superarem os ressentimentos causados pelos pais; muitos até têm contribuído decididamente para a conversão dos pais e a mudança de suas vidas. Quanto mais difícil for para um jovem amar e honrar os seus pais, por causa dos seus defeitos, tanto mais terá méritos diante de Deus e tanto mais será recompensado e abençoado. Estas três promessas para o filho que ´suportar´ os defeitos dos pais, são grandiosas. Certamente Deus enviará o seu Anjo a socorrê´lo nos momentos de dificuldades. E quem não precisa deste socorro do céu, na caminhada deste vale de lágrimas? Se o teu pai não lhe der amor ´vingue´se´ dele, amando´o; fazendo por ele o que talvez os teus avós não puderam fazer. A ´vingança do cristão é o perdão´. Se de um lado, podemos dizer que chega ao heroísmo o filho que honra o pai, indigno deste nome, por outro lado, Deus o recompensará sobremaneira. Por tudo isso São Paulo recomenda aos jovens colossenses: ´Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor´ (Cl 3,18). O Catecismo da Igreja nos ensina que ´a paternidade divina é a fonte da paternidade humana´(CIC, 2214), e que aí está o ´fundamento da honra devida aos pais´. Os filhos devem aos pais o ´dom da vida´. ´Honra teu pai de todo o coração e não esqueças as dores da tua mãe. Lembra´te que foste gerado por ela. O que lhes dará pelo que te deram? (Eclo 7,27´28). É impressionante como a Bíblia está repleta de palavras que destacam a importância dos pais na vida dos filhos: ´Meu filho, guarda os preceitos de teu pai, não rejeites as instruções de tua mãe... Quando caminhares, te guiarão; quando descansares, te falarão´ (Pr 6,20´22). ´Um filho sábio escuta a disciplina do pai, e o zombador não escuta a reprimenda´ (Pr 13,1). Temos que dizer aqui, que lamentavelmente certos pais dão conselhos imorais a seus filhos. Neste caso, diz o Catecismo, ´se o filho estiver convicto em consciência de que é moralmente mau obedecer a tal ordem, que não o siga´ (CIC, 2217). Infelizmente alguns pais conduzem os filhos pelos caminhos da imoralidade, prostituição, trapaças nos negócios, etc. O filho convertido ao Senhor terá então a missão de rezar e trabalhar para conduzir o seu pai a Deus. Um filho convertido pode até se tornar um pai espiritual do próprio pai terreno. Quero agora, perguntar a cada jovem: Na sua casa, você é um problema a mais, ou você é solução para os problemas da família? Será que você é daqueles jovens que fazem da sua casa uma pensão, um hotel, onde só entram para comer e dormir? Será que você é daqueles que fazem a mãe de escrava e empregada, e do seu pai alguém que deve te dar tudo? Você não está entre aqueles que têm vergonha do pai, porque ele já não tem dentes, ou porque não sabe falar direito? Você sabe perdoar o seu pai e sua mãe? Você tem para eles uma palavra de conforto, carinho, boa vontade? Você sabe beijá´los? Você pede´lhes a benção? Você reza por eles? Você sabia que muitas vezes eles choram por causa de você, no silêncio do quarto!?...


Fonte: www.cleofas.com.br

 

 

 

 

O Jovem e a Família

(Do Livro MARANATHA) Prof. Felipe de Aquino



´E Ele lhes era submisso´(Lc 2,51)

1 ´ A família é sagrada. Foi criada por Deus para nela sermos felizes.

Jesus quis viver numa família e ser obediente por 30 anos a seus pais. (exemplo para os filhos). Trabalhou submisso a seu pai adotivo São José sem reclamar, sem desobedecer (exemplo)

2 ´ Foi Deus quem quis que viéssemos ao mundo por nossos pais.

Foi Deus quem lhe deu autoridade sobre os filhos para educá´los. Use (Ef 6,1´3) :Filhos, obedecei a vossos pais segundo o Senhor ,porque isto é Justo. Honra teu pai e tua mãe´ que é o primeiro mandamento que vem acompanhado de uma promessa ´ para que sejas feliz e tenhas vida longa sobre a terra. Quem de vocês não quer ser feliz ou ter vida longa sobre a terra ? Então, honre os seu pais.

3 ´ Usar muito (Eclo 3), que é riquíssimo.

Eclo 3,2 ´ ouvir os conselhos dos pais ...para ser salvo

Eclo 3,5 ´ honra tua mãe... acumula um tesouro

Eclo 3,6 ´ honra teus pais... acharás alegria nos filhos

Eclo 3,7 ´ terá vida longa

Eclo 3,9 ´ honra por atos, palavras, paciência

Eclo 3,10 ´ para que te dê a benção (enfatizar a importância da benção dos pais ´ é o próprio Deus que abençoa através dos pais).

Eclo 3,11 ´ a benção do pai fortalece a casa do filho

Eclo 3,14 ´ ajuda a velhice do teu pai, não o desgoste, demostre a vida

Eclo 3,15 ´ ... não o desprezes... tua bondade para com ele não será esquecida.

Eclo 3,16 ´ ...suportar os defeitos da mãe e serás muito recompensado por Deus: (explorar essas recompensas) Recompensas ao filho: ´ tua casa será prospera na justiça ´ lembrar´se´ão de ti no dia da aflição

´ teus pecados serão perdoados

Eclo 3,18 ´ como é infame quem abandona seu pai e como é amaldiçoado por Deus quem maltrata sua mãe.

Mostrar como Deus exige do filho o respeito para com os pais.

4 ´ Na sua casa você é a solução para os problemas ou será que você é um dos problemas a mais ?

Você fez da sua casa uma pensão, onde você só entra para comer, para beber, ver TV, dormir, ou você vive numa família, amando seus pais, seus irmãos, e ajudando a resolver os problemas ?

5 ´ Você faz a sua mãe de empregada ou até uma escrava, que tem que dar tudo que você quer na hora que você quer? Muitos filhos ingratos ofendem os pais com palavras, palavrões, insultos, até batem nos pais. Se a mãe não faz a comida que ele quer, já vai xingando, batendo porta e reclamando... Filhos que exigem o que o pai não pode dar, roupas caras, roupas de ´marcas´, tênis caro, etc... Quantos pais choram em silêncio nos seus quartos, sem que os filhos saibam. A malcriação é grave ofensa aos pais e a Deus.

6 ´ O perdão dado aos pais.

Os pais não são anjos. Eles têm os seus problemas, mas amam os filhos como ninguém. Precisam ser também perdoados. Precisam ser amados, consolados nas horas duras deles. Você faz isto? Quanto mais se dá o amor, mais amor se recebe. ´Vingue´se ´do seu pai, amando´o.

7 ´ Abordar o caso dos filhos que têm vergonha do próprio pai e da própria mãe.

Aceite os seus pais como eles são. Eles te deram a vida . Peça´lhes a benção todos os dias . Ame´os como eles são. Ore por eles para que Deus os ajude sempre.

8 ´ A sua família depende de você.

Tire a sujeira do seu bigode e a sua família vai melhorar. Seja você uma lâmpada acesa na escuridão do seu lar. Se lá não há Deus , leve´o para lá, leve Maria para sua casa.

Jesus conta com você para reconstruir e salvar a sua família. É por meio de você, da sua oração no lar, pelo seu carinho com seus pais , com os seus irmãos, que Jesus e Maria vão entrar na sua casa e vão salvar todos vocês. Entregue hoje, aqui e agora, todas as dificuldades da sua família para Jesus, e Ele, com você vai salvar a sua casa. ´Crê no Senhor Jesus e serás salvo tu e tua família´ (Atos 16,31).

Fonte: www.cleofas.com.br

 

 

 

 

Palavras de um Pai ao Filho

(Do livro Família Santuário da Vida) Prof. Felipe Aquino

Deus manda que os filhos ouçam os conselhos dos seus pais. ´Ouvi, meus filhos, os conselhos de vosso pai, segui´os de tal modo que sejais salvos´ (Eclo 3,2). Há na Bíblia uma bela página que apresenta os conselhos de um velho pai (Tobit), antes de morrer, a seu filho jovem (Tobias). Vamos meditar nestas sábias palavras. É um exemplo para todos, pais e filhos: “Ouve, meu filho, as palavras que te vou dizer, e faze que elas sejam em teu coração um sólido fundamento. Quando Deus tiver recebido a minha alma, darás sepultura ao meu corpo. Honrarás tua mãe todos os dias da tua vida, porque te deves lembrar de quantos perigos ela passou por tua causa (quando te trazia em seu seio).

Quando ela, por sua vez, tiver cessado de viver, tu a enterrarás junto de mim”. “Quanto a ti, conserva sempre em teu coração o pensamento de Deus; guarda´te de consentir jamais no pecado e de negligenciar os preceitos do Senhor, nosso Deus. Pratica a justiça em todos os dias da tua vida, e nunca andes pelos caminhos da iniquidade. Porque os homens retos triunfam em todos os seus trabalhos, assim como as pessoas honestas”. “Dá esmola dos teus bens, e não te desvies de nenhum pobre, pois assim fazendo, Deus tampouco se desviará de ti. Sê misericordioso segundo as tuas posses. Se tiveres muito dá abundantemente; se tiveres pouco, dá desse pouco de bom coração. Assim acumularás uma boa recompensa para o dia da necessidade: porque a esmola livra do pecado e da morte, e preserva a alma de cair nas trevas. A esmola será para todos os que a praticam um motivo de grande confiança diante do Deus Altíssimo”. “Guarda´te meu filho de toda a fornicação: fora de tua mulher não autorizes jamais um comércio criminoso. Sobretudo, escolhe para ti uma mulher de tua tribo; não tomes uma mulher estranha à tua raça, porque somos filhos dos profetas...” “Nunca permita que o orgulho domine o teu espírito ou tuas palavras, porque ele é a origem de todo o mal”. “A todo o que fizer para ti um trabalho, paga o seu salário na mesma hora: que a paga do teu operário não fique um instante em teu poder.´ “Não bebas jamais vinho até a embriaguez e que esta nunca seja tua companheira de caminho. Reparte o teu pão com os famintos e cobre com as tuas próprias vestes os que estiverem nus. Dá esmola do que te sobra, e o que assim deres, não o lamentes”. “Guarda´te de jamais fazer a outrem, o que não quererias que te fosse feito. Come o teu pão em companhia dos pobres e dos indigentes; cobre com as tuas próprias vestes os que estiverem desprovidos delas”. “Busca sempre conselhos junto ao sábio. Bendize a Deus em todo o tempo, e pede´lhe que dirija os teus passos, de modo que os teus planos estejam sempre de acordo com a sua vontade. Porque não há homem que seja perspicaz: É só Deus quem lhe dá uma boa decisão. E o Senhor exalta a quem ele quer, humilha também até aos infernos a quem ele quer. Logo, meu filho, lembra´te desses conselhos: que eles não se apaguem do teu coração”. “Procura viver sem cuidados, meu filho. Levemos, é certo, uma vida pobre, mas se tememos a Deus, se evitamos todo o pecado e vivemos honestamente, grande será a nossa riqueza” (Tobias 4,1´23).

Talvez essas sejam as palavras mais sábias que um pai pode dizer a seu filho, e que enche´o de belos ensinamentos segundo a vontade de Deus, pois estão de acordo com os seus Mandamentos. Começa recomendando ao filho que, após a sua morte: “honrarás tua mãe todos os dias de tua vida”. Deus deu este mandamento a Moisés: “Honra teu pai e tua mãe, como te mandou o Senhor, para que se prolonguem teus dias, e prosperes na terra que te deu o Senhor teu Deus”. A maneira melhor de educar os nossos filhos será ensiná´los a obedecer os mandamentos da Lei de Deus. Ele que nos criou, é quem sabe como devemos viver para ser felizes. Quando aquele jovem perguntou a Jesus o que devia fazer para ganhar a vida eterna, ouviu esta resposta: “Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes, honra pai e mãe...”(Mc 10,19). Ao dar os Mandamentos a Moisés Deus lhe disse: “... uso de misericórdia até a milésima geração com aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos” (Dt 5,10). “Ah, se tivessem sempre esse mesmo coração, para me temer e guardar os meus mandamentos! Seriam então felizes para sempre, eles e seus filhos” (Dt 5,29). É impressionante notar com que insistência Deus exige do seu povo eleito a observância dos seus mandamentos, e manda que os pais os ensinem aos filhos: “Quando teu filho te perguntar mais tarde: Que são esses mandamentos, estas leis e estes preceitos que o Senhor, nosso Deus, vos prescreveu? Tu lhe responderás:... O Senhor ordenou´nos que observássemos todas essas leis e temêssemos o Senhor, nosso Deus, para sermos sempre felizes e para que nos conservasse a vida...” (Dt 6,20s). “Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração. tu os inculcarás em teus filhos, e deles falarás seja sentado em tua casa, seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares. Atá´lo´ás à tua mão como sinal, e os levarás como uma faixa frontal diante dos teus olhos. Tu os escreverás nos umbrais e nas portas da tua casa” (Dt 6,6´9). É na vivência dos mandamentos que provamos a Deus o nosso amor por Ele, de verdade, não apenas por palavras.

Jesus disse aos Apóstolos na última Ceia: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (Jo 14,15). Sabemos que Jesus não revogou os mandamentos de Deus, mas “levou´os à perfeição” (Mt 5,17). Ele é o legislador divino que no Sermão da Montanha nos dá a lei perfeita. Os capítulos 5,6 e 7, do Evangelho de São Mateus, contém a “lei perfeita”, que os teólogos chamam de Carta Magna do Reino de Deus, ou sua Constituição. Esses três capítulos contém certamente tudo que um pai deve ensinar a seus filhos. Quando o Catecismo da Igreja fala dos Dez Mandamentos, diz que são as “Dez Palavras” (Decálogo) que Deus revelou a seu povo no monte sagrado (Ex 34,28; Dt 4,13; 10,4), que escreveu “com seu dedo” (Ex 31,18; Dt 5,22). São palavras de Deus de modo eminente, mais do que os outros preceitos escritos por Moisés (CIC, 2056). As “Dez palavras” indicam as condições de uma vida liberta da escravidão do pecado e se constituem em um caminho de vida: “Se amares teu Deus, se andares em seus caminhos, se observares os seus mandamentos, suas leis e seus costumes, viverás e multiplicarás” (Dt 30,16). Os dez Mandamentos resumem a lei de Deus, e toda a Moral católica que os nossos filhos devem aprender: “Tais foram as palavras que, em alta voz, o Senhor dirigiu a toda a assembléia no monte do meio do fogo, em meio a trevas, nuvens e escuridão. Sem nada acrescentar, escreveu´as sobre duas tábuas de pedras e as entregou a mim [Moisés]” (Dt 5,22). Essas “duas pedras” são chamadas “O Testemunho” (Ex 25,16), pois contém as cláusulas da Aliança entre Deus e o seu povo (Ex 31,18; 32,15; 34,19) e por isso foram colocadas “na Arca” (Ex 25,16;40,1´2). O Catecismo afirma que: “As “dez palavras”... pertencem à revelação que Deus faz de si mesmo e da sua glória. O dom dos mandamentos é dom do próprio Deus e de sua santa vontade” (CIC, 2059). Daí a importância enorme dos Mandamentos na vida da Igreja, e que ela recomenda aos pais que transmitam aos filhos. Se a sociedade vivesse´os, não precisaríamos de tantos códigos de direito, milhares de leis, exércitos, polícias, etc. Tudo isto existe porque os homens não querem viver “dez palavras” de Deus. Os Mandamentos indicam o agir moral do homem segundo a vontade de Deus.

Vivê´los é a resposta de amor que o homem dá a Deus, demonstração de sua submissão à Ele como filho fiel, culto de ação de graças e cooperação com o Seu plano para a humanidade. Santo Ireneu (†202) assim se expressou, ao se referir aos Mandamentos: “Pelo Decálogo, Deus preparou o homem para se tornar seu amigo e ter um só coração para com o próximo... Da mesma maneira, as palavras do Decálogo continuam válidas entre nós [cristãos]. Longe de serem abolidas, elas foram levadas à plenitude do próprio significado e desenvolvimento, pelo fato da vinda do Senhor na carne” (Contra as heresias 4,16; 3´4). O Concílio de Trento (1545´1563) ensinou que os dez mandamentos obrigam os cristãos, e que o homem justificado está obrigado a observá´los. E o Concílio Vaticano II ensina que é “pela fé, pelo Batismo e pelo cumprimento dos mandamentos” que alcançamos a salvação (LG,24). O Catecismo ensina que “o Decálogo forma um todo inseparável... que unifica a vida teologal e a vida social do homem” (CIC, 2069). “Iluminam os deveres essenciais” (CIC, 2070). “Visto que exprimem os deveres fundamentais do homem para com Deus e para com o próximo, os dez mandamentos revelam, em seu conteúdo primordial, obrigações graves. São essencialmente imutáveis, e sua obrigação vale sempre e em toda parte. Ninguém pode dispensar´se deles. Os dez mandamentos estão gravados por Deus no coração do ser humano” (CIC, 2071). Por tudo o que foi dito, vemos a importância de viver e de ensinar os mandamentos aos filhos. E a Igreja nos diz que: “O que Deus manda, torna´o possível pela sua graça” (CIC, 2082).

“Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). É pela força do Senhor que vivemos os seus mandamentos. É por faltar a muitos a graça de Deus, que o mundo acha difícil e pesado viver suas leis. Na verdade estão enganados. Ao terminar de dar os seus mandamentos a seu povo, ele disse: “O mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem fora de teu alcance... esta palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração: e tu a podes cumprir” (Dt 30,11´14). “Tomai sobre vós o meu jugo e recebei minha doutrina... Porque meu jugo é suave e meu peso é leve” (Mt 11, 28´29). Quando o Catecismo da Igreja fala da educação dos filhos, destaca algo interessante: “Os filhos, por sua vez, contribuem para o crescimento de seus pais em santidade (GS 48,§ 4)” (CIC, 2227). Educando os filhos, os pais educam a si mesmos e crescem em santidade; que é o objetivo último de todos na família. Assim, a família se apresenta aos nossos olhos como uma escola de santificação para pais e filhos. “Todos e cada um se darão generosamente e sem se cansarem o perdão mútuo exigido pelas ofensas, as rixas, as injustiças e os abandonos. Sugere´o a mútua afeição. Exige´o a caridade de Cristo” (CIC, 2227). A Igreja tem no catálogo dos seus santos, muitos que foram pais e mães, e que nos deixaram belos ensimentos sobre a família. Entre eles encontramos S. Luiz, rei da França, que nasceu em 1214 e subiu ao trono da França aos 22 anos de idade. Teve onze filhos a quem deu excelente educação. Distinguiu´se pelo seu espírito de penitência (mesmo sendo rei), de oração e de amor aos pobres. Realizou duas Cruzadas para libertar o sepulcro de Cristo, e morreu perto de Cartago em 1270. Deixou este belo testamento espiritual ao seu filho herdeiro do trono. (Acta Sanctorum Augusti 5 [1868],546).

Fonte: www.cleofas.com.br

 

 

 

 

Santificados na Família

 

Deus nos criou para vivermos em família. Ele mesmo é uma Família, Três Pessoas distintas em uma única natureza, e quis que de certa forma isso se reproduzisse na terra, em cada lar. Quando o Catecismo fala da família, começa dizendo que: “A família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai” (nº 2205). A família é assim, por vontade de Deus, “imagem” da Santíssima Trindade; por isso ela é sagrada, e meio especial de nossa santificação. Jesus, ao vir ao mundo, não precisava necessariamente viver em uma família, mas Ele assim o quis, para deixar´nos o seu exemplo e ensinamento sobre a nobreza e santidade da família. Quis ter uma mãe e um pai (adotivo), e foi obediente e submisso a eles (cf Lc 2,51). Jesus não precisava ter um pai terreno, já que o Seu Pai é o próprio Deus. Mas Ele quis ter um pai adotivo, legal, como chamavam os judeus. Quando José quis abandonar Maria, em silêncio, para não difamá´la, Deus mandou o Anjo dizer´lhe: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois, o que nela foi concebido veio do Espírito Santo.

Ela dará à luz um filho a quem tu porás o nome de Jesus” (Mt 1,20´21). É como se Deus dissesse a José: eu preciso de você, eu quero você para ser o pai diligente da sagrada Família. Os pais geram os filhos, mais aqui é o Filho quem escolhe o seu pai. Jesus quis viver numa família, e alí viveu durante trinta anos, só saindo dela para a sua missão pública e redentora da humanidade. A Família de Nazaré nos dá uma lição de vida famíliar. Como disse Paulo VI : “Que Nazaré nos ensine o que é família, sua comunhão de amor, sua beleza austera e simples, seu cárater sagrado e inviolável... Uma lição de trabalho...” (05/01/64). Cristo, nascendo e vivendo numa família, redimiu e santificou todas as famílias. Os que atentam hoje contra os valores sagrados da família: indissolubilidade do matrimônio, fidelidade conjugal, defesa da vida, etc., atentam frontalmente contra Deus. Os que pregam a defesa do aborto, da eutanásia, do divórcio, dos casamentos de homossexuais, dos úteros de aluguel, das experiências com embriões, da concepção “in´vitro” (bebê de proveta), da limitação da natalidade por quaisquer meios, esses, lutam contra Deus e contra a família. Vivendo na família de Nazaré, Jesus nos ensinou a importância da submissão e obediência dos filhos aos pais. Ele, mesmo sendo Deus, se fez obediente àqueles que Ele mesmo criou e escolheu para seus pais. Cumpriu em tudo o quarto mandamento que manda “honrar” os pais. Mais do que ninguém obedeceu à Palavra de Deus que diz: “Quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro”.“Quem teme o Senhor honra pai e mãe” (Eclo 3).Por ser a família, a própria imagem da Trindade na terra, o Concílio Vaticano II a denominou de “igreja doméstica”, e o Papa João Paulo II a chamou de “santuário da vida”. É ali que a vida é gerada, cuidada, amada e engrandecida. É no seio da família que o ser humano é construído. Foi no seio da família de Nazaré que o Menino Jesus foi preparado para a grande missão de Salvador dos homens. Portanto, a família é a grande escola da vida, é o educandário do amor, da fé, da justiça, da paz e da santidade.

É porque a família é hoje tão ofendida pelas pragas da imoralidade, que a sociedade paga um alto preço social: jovens deliquentes, crianças abandonadas, pais separados, homens e mulheres frustrados, tanta violência, tanto crime, tanta morte... Essas pobres crianças e jovens desorientados, que vivem pelas ruas, perdendo´se nas drogas, no crime, na violência, na homossexualidade e nas bebidas, etc., apenas estão buscando com isso um pouco de calor humano, afeto, que deveriam ter recebido em suas famílias, e não receberam. O triste espetáculo de crianças e jovens drogados nada mais é do que o fruto da destruição familiar, causado por um mundo sem Deus, sem moral, sem religião. O filho que foi amado e querido por seus pais, até o fim da sua adolescência, jamais será um desequilibrado ou perigoso para a sociedade. O Catecismo diz que a família “é a sociedade natural onde o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida. A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente a liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade” (nº 2207). Por tudo o que foi dito até aqui podemos entender o quanto o lar é um local adequado para a santificação dos pais e dos filhos. “É no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo... os primeiros mestres da fé”, ensina a Igreja (LG, 11). “É na família que se exerce de modo privilegiado o sacerdócio batismal do pai de família, da mãe, dos filhos, de todos os membros da família, na recepcão dos sacramentos, na oração e na ação de graças, no testemunho de uma vida santa, na abnegação e na caridade ativa. O lar é assim a primeira escola de vida cristã e uma escola de enriquecimento humano. É ai que se aprende a fadiga e a alegria do trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso e mesmo reiterado, e sobretudo o culto divino pela oração e oferenda de sua vida” (CIC nº 1657). Essas palavras do Catecismo mostram que o lar é a escola das virtudes humanas; logo, lugar de santificação. Para os pais, a vida conjugal é uma oportunidade riquíssima de santificação, na medida em que, a todo instante, precisam lutar contra o próprio egoísmo, soberba, orgulho, desejo de dominação, etc., para se tornar, com o outro, aquilo que é o sentido do matrimônio: “uma só carne”, uma só vida, sem divisões, mentiras, fingimentos, tapeações, birras, azedumes, mau´humor, reclamações, lamúrias, etc.

A luta diária e constante para ser “exemplo para os filhos”, para manter a fidelidade ao outro, para “vencer´se a si mesmo”, a fim de se construir um lar maduro e santo, faz com que caminhemos para a na nossa santificação. O amor do casal é o sinal e o símbolo do amor de Deus à humanidade, e amor de Cristo à Igreja (cf. Ef 5,21s). Ao se por a caminho para conquistar “esse amor”, o casal se santifica. A busca da unidade profunda como a do “café com o leite”, o desafio de “construir o outro”, alguém querido, a solução conjunta de todos os problemas, o diálogo frequente e amoroso, o respeito mútuo, enfim, a busca da maturidade essencial para a vida a dois, tudo isso santifica o casal.Além do mais, o conhecimento profundo do “mistério do outro”, a luta para aceitá´lo e entendê´lo, para ajudá´lo a crescer, a paciência, o perdão dado, as renúncias de cada dia, a atenção com o outro para vencer a frieza e a monotonia, o cuidado do lar, da roupa, da comida, do estudo dos filhos, etc., tudo isso concorre para que os pais se santifiquem mutuamente. Deus quis assim, e fez do casamento uma grande escola de santidade. O casal que quiser atingir a perfeição matrimonial, como é o designío de Deus, naturalmente chegará à santidade. A casa é para o casal e os filhos, o que o mosteiro é para o monje. A luta que travamos conosco mesmo para aceitar e suportar os defeitos do outro, a cada dia, com paciência e compreensão, faz´nos santos. As cruzes do lar, o desemprego, as doenças, as dúvidas, os vícios do conjuge, a dificuldade com os parentes, a preocupação com os problemas dos filhos, etc., tudo isso, torna´se no casamento como que o “fogo” que queima as ervas daninhas de nossa alma e nos encaminha para a perfeição cristã. É preciso saber aproveitar toda e qualquer dificuldade do lar para fazer dela um degrau de crescimento na fé e no amor a Deus, pois “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rom 8,28). Por outro lado, a enorme tarefa que Deus confia aos pais, na geração e na educação dos filhos, o exercício dessa missão sagrada coopera para a santificação deles. O Catecismo diz que: “O papel dos pais na educação dos filhos é tão importante que é quase impossível substituí´los”. E que:“O direito e o dever de educação são primordiais e inalienáveis para os pais” (nº 2221; FC 36). Para cumprir com responsabilidade essa sagrada missão, os pais devem criar um lar tranquilo para os filhos, onde se cultive a ternura, o perdão, o respeito, a fidelidade e o serviço desinteressado. Aí deve ser cultivado a abnegação, o reto juízo, o domínio de si, para que haja verdadeira liberdade. Diz o livro do Eclesiástico: “Aquele que ama o filho castiga´o com frequência; aquele que educa o seu fiho terá motivo de satisfação” (Eclo 30, 1´2). Esse “castiga´o com frequência” deve ser entendido como “corrige´o com frequência”. Mas São Paulo lembra que os pais não podem humilhar e magoar os filhos ao corrigí´los: “E vós, pais, não deis a vossos filhos motivo de revolta contra vós, mas criai´os na disciplina e na correção do Senhor” (Ef 6,4). É claro que esse equilíbrio e dedicação que é exigido dos pais para educar bem os filhos, é motivo também de crescimento para os próprios pais. E é bom lembrar aos pais que saber reconhecer diante dos filhos, os próprios defeitos, não é humilhação e sim coerência, e isto facilita guiá´los e corrigi´los, como ensina o próprio Catecismo (nº 2223). “Os filhos, diz o Catecismo, por sua vez, contribuem para o crescimento de seus pais em santidade.

Todos e cada um se darão generosamente e sem se cansarem o perdão mútuo exigido pelas ofensas, as rixas, as injustiças e os abandonos. Sugere´o a mútua afeição. Exige´o a caridade de Cristo” (CIC, nº 2227; Mt 18,21´22). A Igreja também ensina que os pais, pela graça do matrimônio, receberam o direito e o dever de evangelizar os filhos, iniciando´os, desde a infância, nos mistérios da fé. E fazendo isso os pais estão, de certo modo, evangelizando a si mesmos. Para os filhos, o dever de honrar os pais, estabelece um verdadeiro programa de santificação. Lembra a Palavra de Deus aos filhos: “Honra teu pai de todo o coração e não esqueças as dores de tua mãe. Lembra´te que fostes gerado por eles. O que lhes darás pelo que te deram? (Eclo 7,27´28). Um filho sábio escuta a disciplina do pai e o zombador não escuta a reprimenda” (Pr 13,1).“Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, pois isso é agradável ao Senhor” (Cl 3,20; Ef 6,1).“Aquele que respeita o pai obtém o perdão dos pecados, o que honra a sua mãe é como quem ajunta um tesouro. Aquele que respeita o pai encontrará alegria nos filhos e no dia de sua oração será atendido” (Eclo 3,2´6).Todo o capítulo três do Eclesiástico mostra a importância dos pais na vida dos filhos. A observância dessas normas santificará os filhos e lhes dará a benção de Deus. Essa benção é dada através dos pais: “Honra teu pai por teus atos, tuas palavras, tua paciência, a fim de que ele te dê a sua benção, e que esta permaneça em ti até o último dia da tua vida.´A benção paterna fortalece a casa de seus filhos; a maldição de uma mãe a arrasa até os alicerces” (9´11).Um filho abençoado pelos pais é um filho abençoado pelo próprio Deus, porque “a paternidade humana tem a sua fonte na paternidade divina” (CIC nº 2214).

Infelizmente os filhos já não pedem a benção para os seus pais hoje, porque não lhes foi ensinado a importância dessa benção. É preciso resgatar esse costume santo, que torna a vida dos filhos mais santa. Vemos assim que Deus estabeleceu a família como o meio privilegiado para a nossa salvação e santificação, tanto dos pais quanto dos filhos. As provações da vida familiar são riquíssimas para a santificação de toda a família. As doenças, as lágrimas, os revezes, enfim as cruzes, não vêm por acaso. Só os pagãos crêem no acaso e no destino. O cristão acredita que tudo vem de Deus. Muitas vezes Ele fere o corpo para salvar a alma. Quanta gente, piedosa e devota, que na hora do ´sofrimento purificador´ se comporta como um pagão ! ´É o destino ! ... fatalidade ! ...´ Saber aproveitar as lições dos sofrimentos diários, e acolhê´los com fé, é receber uma multidão de graças do Céu. São Francisco de Assis acolhia a doença com gratidão : ´Senhor, os sofrimentos que me enviais são, aos meus olhos, incomparáveis tesouros. Agradeço a Vossa Misericórdia Infinita, que me castiga neste mundo para me poupar para a eternidade´. Os sofrimentos do lar são, muitas vezes, mais difíceis de suportar do que os que vêm de fora. São Francisco de Sales dizia que: ´Ser desprezado e acusado pelos maus é até doce para um homem de coragem; mas, ser repreendido, acusado, maltratado pelas pessoas de bem, pelos amigos, pelos parentes ... como é doloroso!´ O Santo dizia que são como ´picadas de abelhas´, ardem mais do que as das moscas, embora as abelhas produzam um mel tão doce. Os espinhos do lar são as pequenas cruzes com as quais o Senhor nos santifica a cada dia. Os santos afirmavam que as provações mais difíceis de suportar são aquelas que nos vêm através dos bons, das pessoas que mais amamos. Alguém os chamou de ´os bons carrascos´. As vezes são nossos pais, irmãos, esposa, filhos, ou bons amigos.

Fonte: www.cleofas.com.br

 

 

 

Família Santuário da Vida

(Do livro Família Santuário da Vida) Prof. Felipe Aquino



O Papa João Paulo II chama a família de “ Santuário da vida” (CF, 11). Santuário quer dizer “lugar sagrado”. É ali que a vida humana surge como de uma nascente sagrada, e é cultivada e formada. É missão sagrada da família, guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida. O Concílio Vaticano II já a tinha chamado de “a Igreja doméstica” (LG, 11) onde Deus reside, é reconhecido, amado, adorado e servido; e ensinou que: ´A salvação da pessoa e da sociedade humana estão intimamente ligadas à condição feliz da comunidade conjugal e familiar´ (GS, 47). ´Desta maneira a família, na qual convivem várias gerações, que se ajudam mutuamente em adquirir maior sabedoria e em hamonizar os direitos pessoais com outras exigências sociais, constitui o fundamento da sociedade´ (GS, 52). Jesus habita com a família cristã nascida no Sacramento do matrimônio.

A sua presença nas Bodas de Caná da Galiléia significa que o Senhor ´quer estar no meio da família´, ajudando´a a vencer todos os seus desafios. Essas duas expressões exprimem bem o sentido profundo da família. Desde que Deus desejou criar o homem e a mulher “à sua imagem e semelhança” (Gen 1,26), Ele os quis “em família”. Tal qual o próprio Deus que é uma Família em três Pessoas divinas, assim também o homem, criado à imagem do seu Criador, deveria viver numa família, numa comunidade de amor, já que “Deus é amor” (1 Jo 4,8) e o homem lhe é semelhante. Na Carta às Famílias, que o Papa João Paulo II escreveu em 1994, afirma que: “Antes de criar o homem, o Criador como que reentra em si mesmo para procurar o modelo e a inspiração no mistério do seu ser ...”(CF, 6). Todos os seres criados, exceto o homem, já nascem dotados de tudo o que precisam para se tornarem completos na sua natureza. Conosco é diferente; pois Deus nos quis semelhantes a Ele e construtores do nosso próprio futuro. É o que Deus disse ao casal: “Crescei, multiplicai, e dominai a terra”. (Gen 1,28) Na visão bíblica, homem e mulher são chamados a, juntos, continuar a ação criadora de Deus, e a construção mútua de ambos. Só ao casal humano dá a inteligência para ver, a liberdade para escolher, a vontade para perseverar e a consciência para ouvir continuamente a Sua Voz. Esta é a alta dignidade que Deus confere à criatura feita à sua imagem. Para corresponder a esta grandeza dada pelo Criador, o homem deve viver a sua liberdade com responsabilidade. Pecar será sempre abusar da liberdade que Deus nos deu; isto é, vivê´la sem responsabilidade e verdade. “Ponho diante de ti a vida e a morte, a benção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas com a tua posteridade, amando o Senhor teu Deus, obedecendo a sua voz e permanecendo unido a ele” (Dt 30,19´20).

Ao falar da família no plano de Deus, o Catecismo da Igreja Católica (CIC), diz que ela é “vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai” (CIC, 2205). Essas palavras indicam que a família é, na terra, a marca (“vestígio e imagem”) do próprio Deus, que, através dela continua a sua obra criadora. Desde que existe a humanidade existe a família, e ninguém jamais a pôde ou poderá destruir, pelo fato de que ela é divina; isto é, foi instituída por Deus. Como ensina o nosso Catecismo, ela é “a célula originária da vida social”. “É a sociedade natural na qual o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida” (CIC, 2207). A família é o eixo da humanidade, é a sua pedra angular. O futuro da sociedade e da Igreja passam inexoravelmente por ela. É alí que os filhos e os pais devem ser felizes. Quem não experimentou o amor no seio do lar, terá dificuldade para conhecê´lo fora dele. “A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente da liberdade.

A vida em família é iniciação para a vida em sociedade” (CIC, 2207). O Concílio Vaticano II definiu a família como “íntima comunidade de vida e de amor” (GS, 48). O mesmo Deus que num desígnio de pura bondade criou o homem e a mulher, os quis em família: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar´lhe uma ajuda que lhe seja adequada” (Gen 2,18). Depois de ter criado a mulher “da costela do homem” (v. 21), a levou para ele. Este, ao vê´la, suspirou de alegria: “Eis agora aqui, disse o homem, o osso dos meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher ...” (v. 23) Após esta declaração de amor tão profunda ´ a primeira na história da humanidade ´ Deus, então, mostra´lhes toda a profundidade da vida conjugal: “Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne”. (v. 24) É significativo que, em hebraico, as palavras homem e mulher tenham a mesma raiz: ish e ishá. Depois de criar o homem e a mulher, Deus lhes disse: “Crescei e multiplicai´vos, enchei a terra e submetei´a. Dominai ...” (Gen 1, 28). Este é o desígnio de Deus para o homem e para a mulher, juntos, em família: “crescer”, “multiplicar”, “encher a terra”, “submetê´la”.

E para isso Deus deu ao homem a inteligência para projetar e as mãos para construir o seu projeto. Com isso o homem e a mulher vão “dominando” tudo, desde o microcosmo das bactérias, vírus, moléculas, átomos, etc., até o macrocosmo das estrelas e galáxias. Já o salmista exclamava : “Que é o homem, digo´me então ...? Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e de honra o coroastes. Destes´lhes poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo ...” (Salmo 8,4´7). Nestas palavras de Deus: “crescei e multiplicai´vos” encerra´se todo o sentido da vida conjugal e familiar. Desta forma Deus constituiu a família humana, a partir do casal, para durar para sempre, por isso, A FAMÍLIA É SAGRADA ! Neste contexto vemos que o homem não pode estar só, falta´lhe algo para a realização completa do seu ser humano. Vemos aí toda a importância e beleza do matrimônio que enriquece o casal na sua complementaridade. Esse era o plano de Deus quando “criou o homem...criou´o homem e mulher”(Gen 1,27).

Vemos aí também a dignidade, baseada no amor mútuo, que levam o homem e a mulher a deixarem a própria casa paterna, para se dedicarem um ao outro totalmente. Este amor é tão profundo, que dos dois faz um só, “uma só carne”, para que possam juntos realizar um grande projeto comum : a família. Daí podemos ver que sem o matrimônio forte e santo, não é possível termos uma família forte e santa, segundo o desejo do coração de Deus. Quando os fariseus colocaram Jesus à prova, e perguntaram sobre o divórcio, o Senhor lembrou o começo da história da humanidade, em que por vontade de Deus, um homem e uma mulher unem´se tão estreitamente, e de modo tão absoluto, que se tornam “uma só carne”. “Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e disse: Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois formarão uma só carne?” Então, a conclusão de Jesus é a mais lógica: “Não separe o homem, o que Deus uniu”( Mt 19,6). Tudo isto mostra como Deus está implicado nesta união absoluta do homem com a mulher, de onde vai surgir, então, a família. Por isso não há poder humano que possa eliminar a presença de Deus no matrimônio e na família. Deus vive no lar nascido de um matrimônio. Na missa que o Papa celebrou na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, em outubro de 1997, ao comentar a presença de Jesus e de Maria nas Bodas de Caná, disse: “Não será legítimo ver na presença do Filho de Deus, naquela festa de casamento, o indício de que o matrimônio haveria de ser o sinal eficaz de sua presença?” Isto nos faz entender que a celebração do sacramento do matrimônio é garantia da presença de Jesus no lar alí nascente.

Como é doloroso perceber hoje que muitos jovens, nascidos em famílias católicas, já não valorizam mais este sacramento, e acham, por ignorância religiosa, que já não é importante subir ao altar para começar uma família! Toda esta reflexão nos leva a concluir que cada homem e cada mulher que deixam o pai e a mãe para se unirem em matrimônio e constituir uma nova família, não o podem fazer levianamente, mas devem fazê´lo somente por um autêntico amor, que não é uma entrega passageira, mas uma doação definitiva, absoluta, total, até a morte. Este é o projeto maravilhoso de Deus ao desejar que a humanidade existisse neste nosso mundo, em família. Ela é o arquétipo, o modelo de vida que o Senhor Deus quis para o homem na terra. Se destruirmos a família, destruiremos a sociedade. Por isso, é fácil perceber, cada vez mais claramente, que os sofrimentos das crianças, dos jovens, dos adultos e dos velhos, têm a sua razão na destruição dos lares. Quando aconteceu a revolução bolchevista na Rússia, em 1917, naquela euforia proletária marxista materialista, que rejeitava a religião como “o ópio do povo”, os líderes da revolução quiseram banir a família da sociedade russa, como se fosse um fruto rançoso da Igreja. Vinte e cinco anos depois, o próprio Lenin declarava que era preciso voltar a família na sociedade russa, porque ela estava se transformando num bordéu!

Marcada pelo sinete divino, a família, em todos os povos, atravessou todos os tempos e chegou inteira até nós no século XX. Só uma instituição de Deus tem esta força. Ninguém jamais destruirá a força da família por ser ela uma instituição divina. Para vislumbrar bem a sua importância, basta lembrar que o Filho de Deus, quando desceu do céu para salvar o homem, ao assumir a natureza humana, quis nascer numa família. “Na plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho ao mundo nascido de uma mulher ...”(Gal 4,4). Já que Ele não poderia ter um pai natural na terra, adotou José como pai legal: “Não é este o filho do carpinteiro? “ (Mt 13,55) Normalmente é o pai quem adota um filho, mas aqui é o contrário, é o Filho quem adota um pai ! Daí podemos ver toda a grandeza de José: foi o escolhido do Pai para ser o pai adotivo do seu Filho. Quando José quis abandonar Maria “para não difamá´la”, ele “que era justo” (Mt 1,19), de imediato Deus enviou o Anjo Gabriel a José, em sonho, para dizer´lhe: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados” (Mt 1,20´21).

É importante relembrar aqui que no costume dos judeus, era o pai da criança quem lhe punha o nome, e isto no dia da circuncisão, oito dias após o seu nascimento. Coube a José a honra de dar´lhe o nome de Jesus (cf. Lc 1,59, 62´63). “Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi´lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o Anjo, antes de ser concebido no seio materno”. (Lc 2,21) Com isto vemos que, mesmo sem precisar, Jesus quis ter um pai na terra, quis ter uma família, viveu nela trinta anos. Isto é muito significativo. Com a sua presença na família ele sagrou todas as famílias. Conta´nos São Lucas que após o seu encontro no Templo, eles voltaram para Nazaré, “e Ele lhes era submisso” (Lc 2,51). Vemos assim que a família é “um projeto de Deus”. Como Jesus deveria “assumir tudo que precisava ser redimido”, como diziam os Santos Padres, Ele começou assumindo o seu papel humano numa família, para santificá´la e remi´la. Assim se expressou o Papa João Paulo II: ´O Filho unigênito, consubstancial ao Pai, ´Deus de Deus, Luz da Luz´, entrou na história dos homens através da família´(CF,2). É muito significativo ainda que ”o primeiro milagre” tenha sido realizado nas bodas de Caná (Jo 2); onde nascia uma família. Tendo faltado o vinho na festa, sinal da alegria, Ele transformou água em vinho, a pedido de sua Mãe ´ 600 litros de água em vinho da melhor qualidade.

As mazelas de nossa sociedade, especialmente as que se referem aos nossos jovens: crimes, roubos, assaltos, sequestros, bebedeiras, drogas, enfim, os graves problemas sociais que enfrentamos, têm a sua razão mais profunda na desagregação familiar que hoje assistimos, face à gravíssima decadência moral da sociedade. Como será possível, num contexto de imoralidade, insegurança, ausência de pai ou mãe, garantir aos filhos as bases de uma personalidade firme e equilibrada, e uma vida digna, com esperança? Fruto do permissivismo moral e do relativismo religioso de nosso tempo, é enorme a porcentagem dos casais que se separam, destruindo as famílias e gerando toda sorte de sofrimento para os filhos. Muitos crescem sem o calor amoroso do pai e da mãe, carregando consigo essa carência afetiva para sempre.Podemos resumir toda a grandeza, importância e beleza da família, nas palavras do Papa João Paulo II, na Encíclica Evangelium Vitae, sobre o valor da vida humana: ´No seio do ´povo da vida e pela vida´, resulta decisiva a responsabilidade da família : é uma responsabilidade que brota da própria natureza dela ´ uma comunidade de vida e de amor, fundada sobre o matrimônio ´ e da sua missão que é ´guardar, revelar e comunicar o amor´( FC,17). Em causa está o próprio amor de Deus, do qual os pais são constituídos colaboradores e como que intérpretes na transmissão da vida e na educação da mesma segundo o seu projeto de Pai. É, por conseguinte, o amor que se faz generosidade, acolhimento, doação: na família, cada um é reconhecido, respeitado e honrado por ser pessoa; e se alguém está mais necessitado, maior e mais diligente é o cuidado por ele.

Fonte: www.cleofas.com.br